sexta-feira, 11 de maio de 2012

Hoje acordei com uma tremenda violência.

Hoje acordei com uma tremenda violência. Algo em mim estava incompleto, intenso, insatisfeito, sensação que não era única nem estranha mas simplesmente há muito não me vinha nem me atormentava. Era madrugada, ensonado a mente rodopiava em imagens e desejo de criar. A cama ate então serena, passou a ser um tapete de revolta onde a ansiedade que me atormentava e não se definia, me obrigava a uma batalha de insónia e necessidade de fazer algo. Levantei-me, percorri os poucos metros até á cozinha baralhado com o que queria e se queria. Abri o frigorífico e nada, olhei a janela e o dia lutava por despertar, voltei-me e olhei para o vazio numa sala ainda dormindo, na busca de algo que me acalma-se. Ao canto da sala algo me chamava, fui até la, retirei a tela grande branca e virgem que me olhou e sorriu. E assim foi, estranhamente as imagens brotaram, jorraram, definiu-se algo que queria e precisava que sai-se. Fui buscar as tintas as espátula e pinceis as colas e diluentes, mas a mão não obedecia, ate que olhei para uma massa de retoques de paredes branca abandona a um canto a espera de ser recolhida na garagem. Peguei na massa e atirei para cima da tela, pego na espátula, materiais e massa, e matérias e tinta, e massa e materiais, e tinta e sentado no chão, fui hora a hora pondo, colando, mexendo, retocando, onde a tela virgem foi cedendo ao assédio de uma violenta vontade de criar. Terminei a primeira fase desta minha recente criação, senti a reclamação no estomago e então reparei que eram 15.00h, sorri. Sorri porque afinal era isto, as horas passaram e não dei por isso, a fome não existiu porque não era importante, a mente encontrou de novo o seu rumo depois de soltar a tormenta. Sentei-me a contemplar o que me andava a corroer por dentro, sorri de novo satisfeito comigo mesmo, já eram 17h, e o roncar do vazio na barriga não me incomodou e com a satisfação da criação adormeci ali mesmo, com fome, de roupão entreaberto, cansado de prazer e satisfação. O frio da noite chamou-me, levou-me a razão de serem horas de me por com termos e normalidades, voltei a comtemplar o acontecimento e cheio de satisfação aliviado do peso desconhecido e repleto de felicidade por ter realizado o que me perseguia sai e fui caminhar devagar tao leve que quase voava pela estrada fora. O quadro? Esse espera a segunda fase porque ela existe mas ainda não reclamou a sua saída e exigiu a sua concretização mas no entretanto este já esta na parede onda de cada vez que me cruzo com ele os olhos arregalam de prazer e felicidade. JAM11/05/2012

Sasseti!

Bernardo Sasseti caiu, mas caiu de pé, num pedestal feito de música, imagem e genialidade. Ouvir o Sasseti, numa se cansa, esgota ou passa de moda. Passou por todas as formas musicais, marcou imagens, criou família, marcou eternamente famílias e solteiros. Bernardo brotava inspiração, por onde olhava, por onde falava, por onde sonhava. Foi-se uma NOTA de uma outra geração, mudança e forma de estar. SASSETI, sem ti não será igual, e a falésia ficara contigo na história. JAM