quarta-feira, 21 de julho de 2010

O BAILE DE MASCARAS

Delicia de foto.
O branco em cracleê, notando-se os finos veios negros contrastam com o bem desenhados lábios. a simplicidade do nariz suporta a mascara de ouro bordada a fios de ouro, enriquecendo a face que já por si embora escondida se afigura deslumbrante.
O olhar intenso de cabeça baixa, dizendo a quem olha faça a sua interpretação.
Com pensamento evasivo, percorro os canais de Veneza, em busca de uma personagem sem mascara mas que esta tão distante embora tão perto.
O sentimento de perca de possível, impossibilidade de voltar a cruzar aquele ser que no desfile de mascaras do mundo (virtual),
Trocaram olhares no cruzar das mascaras, sentiram proximidade embora a união assuste.
Rondaram, circularam, ambos sabiam das respectivas posições mas evitaram sempre um contacto. Um esquiva-se o outro aborda. Um encanta-se com as simulações, o outro perde-se no pensamento de impossibilidade de conhecimento.
Conhecem-se tão bem , mas são tão estranhos. Conjugam desejos de vidas próximas e trocas de sorrisos, mas o temor das diferenças não os deixa um contacto.
Dançam em redor, numa música no mundo mas que só eles entendem. O baile de mascaras é isso, a atracção do e pelo mistério sem se saber o conteúdo.
As mascaras belas escondem o mundo mas deixam soltar-se os aromas, as insinuações, e as essências da pureza e isso que faz mover o inerte e gelo profundo.
Um dia o baile acaba e as vestes caem, ficando as mascaras cobardemente postas com medo de se descobrir a verdade e medo de assumir o desejo.
E nos canais de Veneza que se desloca aquele que te faz mexer e estremecer ate teres coragem de o ir procurar
O baile de mascaras que surpresa nos trazes.
JAM 26/05/2010

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